Pauline Oliveros
17/01/2017 12:03Compositora do mês: Pauline Oliveros (1932 - 2016)
Biografia
A compositora americana de vanguarda Pauline Oliveros nasceu em Houston, Texas, em 30 de maio de 1932. Criada numa família musical, recebeu na infância as primeiras instruções musicais de sua mãe e de sua avó. Ambas eram professoras de piano e costumavam levar a jovem a concertos da Houston Symphony Orchestra. Além da música clássica que ela ouvia nos concertos e nas transmissões dos programas desse estilo no radio, Pauline também foi exposta aos estilos country, western, Cajun e ao swing.
Quando era ainda uma garotinha, a mãe de Pauline trouxe para casa um acordeão para seu irmão. Porém, vendo o encantamento da menina pelo instrumento, sua mãe permitiu que ela ficasse com ele. Sem ter a oportunidade de tocar o acordeão na banda da escola, Pauline acabou escolhendo para essa atividade a tuba e a trompa francesa. Mas, sempre que era possível, transcrevia as suas peças destinadas à trompa de forma a poder tocá-las no acordeão. Por volta dos 16 anos Pauline Oliveros já tinha certeza de que queria ser uma compositora. Depois do ensino médio ela foi para a University of Houston, que oferecia uma especialização em acordeão. Lá estudou composição com Paul Koepke e teve aulas de acordeão com William Palmer. Buscando uma maior independência e um cenário artístico mais vibrante, deixou a University of Houston depois de três anos e se mudou para San Francisco em 1952, onde se mantinha dando aulas de trompa francesa e de acordeão, além de trabalhar como escriturária de arquivo. Completou a graduação em composição em 1957, no San Francisco State College. Durante esse período também frequentou aulas particulares de composição com Robert Erickson.
Após a graduação, Pauline Oliveros deu início a uma trabalho de experimentação e improvisação com os colaboradores Terry Riley, Stuart Dempster e Loren Rush. Em 1958 teve uma epifania de criatividade ao instalar um microfone de um equipamento de gravação com fita magnética numa janela enquanto ouvia os sons da redondeza. Ao rebobinar e ouvir novamente os registros da gravação ela percebeu que não tinha sido capaz de perceber uma variedade de sons do ambiente que lá apareciam registrados. O seu interesse de toda uma vida na escuta profunda (‘Deep Listening’) e na gravação de sons nascia naquele momento.
Em 1959 reuniu-se aos colegas Ramon Sender e Morton Subotnick para estabelecer um estúdio de gravação no San Francisco Conservatory, com o apoio do professor Erickson. Utilizam equipamentos de gravação de fita magnética para aprimorar suas improvisações sonoras e apresentam os resultados num concerto em 1960 chamado ‘Sonics’, contando com as participações da compositora, de Terry Riley, Phil Windsor e Sender. A primeira peça de Pauline Oliveros usando fita (tape), Time Perspectives, se originou desses experimentos.
Juntamente com Sender e Subotnik, Pauline deixa o conservatório em 1961 para formar o San Francisco Tape Music Center (Centro de Gravação de Música em Fita de San Francisco), onde eles prosseguiram com suas explorações e improvisações eletrônicas. A compositora então compôs a sua peça não-eletrônica “Sound Paterns", que venceu a competição de intérpretes da Gaudeamus Foundation Contemporary Music Center naquele ano.
De 1961 a 1966, o Tape Music Center se tornou uma parte integral da cena de música de San Francisco, com uma crescente audiência de assinantes para os concertos mensais e recebendo críticas favoráveis no jornal San Francisco Chronicle. Em 1966 o centro se mudou para o Mills College, na cidade vizinha de Oakland, contando com Pauline Oliveros como a sua primeira diretora. Em 1967 ela aceita um convite para integrar o corpo docente da University of California, San Diego (UCSD), iniciando os trabalhos nas Sonic Meditations - composições não-convencionais com uso de instruções escritas aos músicos substituindo a escrita musical tradicional. A primeira meditação "Teach Yourself to Fly”, por exemplo, instrui o músico a “… gradualmente permitir que sua respiração se torne audível. Então introduza a sua voz, permitindo às suas cordas vocais vibrar em qualquer modo que lhes ocorra naturalmente. Deixe que a intensidade das vibrações cresça de forma bem devagar. Continue tanto quanto possível, naturalmente, até que todos os demais estejam em silêncio, sempre observando o seu próprio ciclo de respiração. Variação: converta a sua voz num instrumento”. Nestas suas meditações a autora se mostrou fortemente influenciada por seus estudos de t'ai chi, uma arte marcial meditativa chinesa que começou a praticar em 1969.
Em 1971 Pauline deixa a UCSD e se muda para a cidade de New York, indo logo depois para a região norte do estado. Em 1985 funda a Pauline Oliveros Foundation na cidade de Rensselaer, que funciona como uma incubadora de trabalhos musicais novos e inovadores. Continua e aperfeiçoa seu Expanded Instrument System (EIS), um sistema complexo de processamento eletrônico que permite aos músicos permear sons de instrumentos com diversos efeitos relacionados a tempo (aceleração e desaceleração) e sonoridades. As suas gravações Crone Music (1989) e Roots of the Movement (1990) se apoiaram fortemente neste sistema. Por sua vez, a Pauline Oliveros Foundation foi posteriormente denominada Deep Listening Institute e é atualmente chamada Center For Deep Listening. O centro permanece situado em Rensselaer, NY, e tem difundido o conceito de Deep Listening através de gravações, palestras, retiros e outras modalidades de eventos.
Em 1988, em conjunto com o trombonista Dempster e com o cantor Panaiotis, Pauline realiza uma performance numa cisterna subterrânea em localidade próxima da cidade de Seattle. Contando com um tanque de água com capacidade para abrigar dois milhões de galões, a cisterna era um ambiente de som único para a captação das sonoridades emitidas por trombone, didgeridoo (instrumento de sopro aborígene australiano), acordeão e pela percussão produzida com conchas e sobras metálicas que os músicos tocaram. A performance lançou um trabalho de exploração ininterrupta de ambientes de sons alternativos para o grupo, que naturalmente veio a se tornar a Deep Listening Band. Aquela reunião originou a gravação do clássico album Deep Listening (1990). Outras perfomances tiveram lugar em outras localidades alternativas, como num silo de cerâmica, na torre de resfriamento de uma usina de energia e também na caverna Tarpaper em Rosendale, New York, onde a peça Troglodyte's Delight foi gravada. O grupo retornou à cisterna subterrânea original em 1990 para a gravação de Ready Made Boomerang.
Pauline Oliveros continuou a aperfeiçoar e a promover o seu conceito de escuta profunda (Deep Listening) através de seus retiros anuais no New Mexico, de aulas na Mills College e também no Rensselaer Polytechnic Institute em Troy, estado de New York. No seu website Deep Listening, a compositora assim descreveu a proposta: “Escutar é notar, dirigir a atenção e interpretar o que se ouve. Escuta profunda (Deep Listening) é explorar o relacionamento entre cada um e todos os sons. Ouvir é uma atividade passiva. Nós podemos ouvir sem escutar. Esse é o estado de estar desligado - não-consciente da nossa ecologia acústica - não consciente de que o bater de asas de uma borboleta tem um profundo efeito ao seu redor assim como em localidades distantes do universo. Nós podemos ouvir sons internos, vindos da nossa memória ou imaginação, ou externos vindos da natureza ou da civilização. Escutar é voltar ativamente a atenção para aquilo que é ouvido, notando e dirigindo a interação dos sons e dos modos de atenção… Os bebês são os melhores ouvintes profundos (deep listeners)”.
Pauline se estabeleceu como uma das mais originais pensadoras da música contemporânea, sendo conhecida inicialmente por suas Sonic Meditations. O conceito de Deep Listening já estava presente nesses trabalhos iniciais e floresceu no coração dos seus trabalhos icônicos contidos na serie Deep Listening, uma coleção de 30 peças compostas entre 1971 e 1990. Além disso, a compositora foi ativa militante pela atuação e reconhecimento da mulher no âmbito da música erudita e das artes em geral. Em 1970 publicou o texto E não as chame de ‘mulheres compositoras’, refletindo sobre o termo e sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que escolhem a música como profissão.
Pauline tem sido celebrada mundialmente ao longo das últimas décadas. Nos anos 70 representou os EUA na Feira Mundial em Osaka, Japão, nos anos 80 foi homenageada com uma retrospectiva no John F. Kennedy Center for the Performing Arts em Washington, DC e nos anos 90 recebeu uma carta de distinção do American Music Center apresentada no Lincoln Center em New York. Em 2000 o 50o. aniversário do seu trabalho foi celebrado com a encomenda e performance da sua Lunar Opera: Deep Listening For-Tunes. A Foundation for Contemporary Arts também nomeou Oliveros ganhadora do John Cage Award de 2012, um prêmio bienal em reconhecimento de trabalho excepcional alcançado no campo das artes que reflita o espírito de John Cage.
Pauline Oliveros faleceu em sua casa em Kingston, NY, durante o seu sono, em 24 de novembro de 2016. Ela tinha 84 anos de idade.
Composições
As composições de Pauline Oliveros variam desde música para instrumentos acústicos até peças de mídias variadas incorporando tanto sons produzidos eletronicamente quanto ao vivo, filmes, textos, eventos de dramaturgia e dança. Seus trabalhos frequentemente envolvem a participação da audiência e usam meditações sonoras caracterizadas por efeitos drone (efeitos ou acompanhamentos harmônicos ou monofônicos, contendo o som contínuo de uma nota ou acorde) e pelo prolongamento de sons para reforçar o sentido de comunhão dos participantes da performance em trabalhos que envolvem improvisação. Alguns dos seus trabalhos e escritos mais reconhecidos são:
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Sound Patterns for mixed chorus (1961), premiado com o Gaudeamus International Composers Award em 1962, disponível em Extended Voices (Odyssey 32 16) 0156 and 20th Century Choral Music (Ars Nova AN-1005).
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Sonic Meditations, de I a XXV (Theatrical Works), score. Uma coleção de meditações verbalmente notadas. 1971.
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To Valerie Solanas and Marilyn Monroe in Recognition of their Desperation, para qualquer grupo ou grupos de instrumentistas (de 6 a uma grande orquestra), 1970.
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Lullaby for Daisy Pauline (Chorus), uma meditação para qualquer número de vozes, 1980.
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Software for people: collected writings, 1963-80 Smith Publications, 1984.
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Deep Listening Pieces (collection of 30 pieces composed between 1971 and 1990) Deep Listening Publications, 1990.
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The Roots of the Movement (livro e CD), Drogue Press, 1998.
Pauline Oliveros foi também a autora de cinco livros: “Sounding the Margins: Collected Writings 1992–2009”, “Initiation Dream”, “Software for People”, “The Roots of the Moment” e “Deep Listening: A Composer's Sound Practice”.
Para conhecer sua obra:
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Deep Listening: A Composer's Sound Practice, de Pauline Oliveros. iUniverse, Inc. (US, March 8, 2005)
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A guide to Pauline Oliveros's music, The Guardian (jornal), artigo: https://www.theguardian.com/music/tomserviceblog/2012/may/07/guide-contemporary-music-pauline-oliveros
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The Music of Pauline Oliveros, de Heidi Von Gunden. Scarecrow Pr; First edition (NJ, USA, February 1983)
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Desert plants: Conversations with 23 American musicians, de Walter Zimmermann, Zimmermann; 1st edition (Vancouver, BC, Canada, 1976).
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‘The difference between hearing and listening’ with Pauline Oliveros - TED x Indianapolis. TED Talks at the University of Indianapolis, 2015. https://www.youtube.com/watch?v=_QHfOuRrJB8
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Vlog: Pauline Oliveros / interview to artist & educator Christine Sun Kim at the Whitney Museum of American Art, YouTube’s channel, 2014: https://www.youtube.com/watch?v=WvP4MxvFpP0
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The Norton/Grove Dictionary of Women Composers. Julie Anne Sadie & Rhian Samuel (Ed.). New York, London: The Macmillan Press Limited, 1995.
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And don’t call them women composers, artigo de Pauline Oliveros. Disponível em: www.nytimes.com/.../and-dont-call-them-lady-comp...
Pauline Oliveros (1932 - 2016)
Biography
The avant-garde American composer Pauline Oliveros was born in Houston, Texas, on May 30, 1932. Oliveros was raised in a musical family. During her childhood she received her first musical instructions from her mother and grandmother. Both of them taught piano classes and used to take young Oliveros to attend concerts by the Houston Symphony. In addition to the classical music she heard at the symphony, and on radio broadcasts of classical music, Oliveros was also exposed to country and western, Cajun, and swing music.
When she was a young girl, her mother brought home an accordion to her brother. Oliveros became so enchanted by the instrument that her mother allowed her to keep it. Unable to play accordion in the school band she chose the tuba and the French horn instead. But she kept her love for the accordion alive and often transcribed her horn pieces to play them on it. By the age of 16, she already knew she wanted to become a composer. After high school she went to the University of Houston which offered an accordion major. There she studied composition with Paul Koepke and took accordion classes with William Palmer. Seeking greater independence and a more vibrant artistic scenario, Oliveros left the University of Houston after three years and moved to San Francisco in 1952. There she could support herself by teaching private French horn and accordion classes and also working as a file clerk. She then enrolled at the San Francisco State College in order to complete her composition degree in 1957. During this period she also had private composition classes with Robert Erickson. After graduating Oliveros began experimental improvisations with collaborators such as Terry Riley, Stuart Dempster and Loren Rush. In 1958 Oliveros had a creativity epiphany when she placed a tape-recording microphone on a window ledge while listening to the sounds around her. Upon replaying the tape, she realized she had been unaware of a number of ambient sounds. Her lifelong interest in ‘Deep Listening’ and recorded sounds was born at that moment.
In 1959 Oliveros gathered with colleagues Ramon Sender and Morton Subotnick to set up a studio at the San Francisco Conservatory with professor Erickson's help. There they began using tape recorders to enhance their improvisations and presented their results in a 1960 concert called ‘Sonics’, featuring Terry Riley and Phil Windsor along with Oliveros and Sender. Oliveros' first tape piece, "Time Perspectives," grew out of these experiments.
Oliveros, Sender and Subotnik left the conservatory in 1961 to form the San Francisco Tape Music Center, where they continued their explorations in electronic improvisation. Oliveros began writing her non-electronic piece, "Sound Paterns," which won the Gaudeamus Foundation Contemporary Music Center Interpreters Competition that same year. From 1961 to 1966, the Tape Music Center became an integral part of the San Francisco music scene, with a growing subscription audience for its monthly concerts and favorable reviews in the San Francisco Chronicle. In 1966 the center moved to Mills College in nearby Oakland, California, with Oliveros as its first director.
In 1967 Oliveros accepted a teaching position at the University of California, San Diego (UCSD) where she began to develop her Sonic Meditations, an unconventional composition that issued written directives to musicians instead of using standard notation. The first meditation, "Teach Yourself to Fly”, for instance, instructs the musician to “…gradually allow your breathing to become audible. Then gradually introduce your voice. Allow your vocal cords to vibrate in any mode which occurs naturally. Allow the intensity of the vibrations to increase very slowly. Continue as long as possible, naturally, and until all others are quiet, always observing your own breath cycle. Variation: translate voice to an instrument.” The meditations were greatly influenced by Oliveros's study of t'ai chi, a meditative Chinese martial art that she began to practice in 1969.
In 1971 Oliveros left UCSD and moved to New York City and from there to upstate New York, where in 1985 she founded the Pauline Oliveros Foundation in the city of Rensselaer. The foundation was an incubator for new and innovative musical works. She also continued to perfect her Expanded Instrument System (EIS), a complex electronic processing system that allows musicians to permeate their instruments with a variety of time- and sound-related effects. The Pauline Oliveros Foundation was later called Deep Listening Institute and is currently called Center For Deep Listening. The center remains in Rensselaer, NY, and has spread the Deep Listening gospel through recordings, lectures, retreats, among other types of events.
Her recordings Crone Music (1989) and Roots of the Movement (1990) rely heavily on EIS. In 1988, along with trombonist Dempster and singer Panaiotis, Oliveros performed in the underground cistern near Seattle. A buried, two-million-gallon water tank, the cistern was a unique sound environment for the trombone, didgeridoo (Australian Aboriginal wind instrument), accordion, conch shells, and metal scraps that the musicians played. The performance launched an ongoing exploration of alternative sound environments for the group, which eventually became the Deep Listening Band. That gathering produced the recording Deep Listening (1990). Additional performance sites have included a ceramic silo, a power plant cooling tower and at the Tarpaper Cave in Rosendale, New York, where Troglodyte's Delight was recorded. The group returned to the original underground cistern in 1990 to record the work Ready Made Boomerang.
Oliveros continued to perfect and promote her Deep Listening concept through annual retreats in New Mexico, classes at Mills College and also at Rensselaer Polytechnic Institute in Troy, New York. On her Deep Listening website, Oliveros described the concept: "Listening is noticing and directing attention and interpreting what is heard. Deep Listening is exploring the relationship among any and all sounds. Hearing is passive. We can hear without listening. This is the state of being tuned out -- unaware of our acoustic ecology -- unaware that the fluttering of a butterfly's wings has profound effect near and in the far reaches of the universe. We can hear sounds inwardly from memory or imagination or outwardly from nature, or from civilization. Listening is actively directing one's attention to what is heard, noticing and directing the interaction and relationships of sounds and modes of attention.... Babies are the best deep listeners."
Oliveros established herself among the most original thinkers in contemporary music and initially known for her "Sonic Meditations”. The Deep Listening concept was already present on those initial works and flourished at the heart of her iconic works Deep Listening series, a collection of 30 pieces composed between 1971 and 1990. Besides this fact, she was also a militant for the feminist causes, mainly those linked to women acknowledgement in the art music field. The article “And don’t call the women composers”, made available in 1970, addresses some of these issues.
Pauline has been celebrated worldwide over the last recent decades. In the 70’s she represented the US at the World’s Fair in Osaka, Japan. During the 80’s she was honored with a retrospective at the John F. Kennedy Center for the Performing Arts in Washington, DC. In the 1990’s she was honored with a letter of distinction from the American Music Center and presented at the Lincoln Center in New York, and in 2000 the 50th anniversary of her work was celebrated with the commissioning and performance of her Lunar Opera: Deep Listening For-Tunes. The Foundation for Contemporary Arts named Oliveros the winner of the John Cage Award for 2012, a prize made biennially in recognition of outstanding achievement in the arts for work that reflects the spirit of John Cage. The composer died in her sleep at home in Kingston, NY, on November 24, 2016. She was 84 years old.
Compositions
Oliveros’s compositions range from music for acoustic instruments to mixed-media pieces incorporating both electronically produced and live sounds, film, texts, theatrical events and dance. Her works frequently involve audience participation and uses sonic meditations characterized by drone effects and prolongation of sounds, to foster the sense of communion between performers in works involving improvisation. Some of her most recognized works are:
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Sound Patterns for mixed chorus (1961), awarded the Gaudeamus International Composers Award in 1962, available on Extended Voices (Odyssey 32 16) 0156 and 20th Century Choral Music (Ars Nova AN-1005).
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Sonic Meditations I - XXV (Theatrical Works), score. A collection of verbally notated meditations. 1971.
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To Valerie Solanas and Marilyn Monroe in Recognition of their Desperation, for any group or groups of instrumentalists (6 to large orchestra), 1970.
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Lullaby for Daisy Pauline (Chorus), a meditation for any number of voices, 1980.
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Software for people: collected writings, 1963-80 Smith Publications, 1984.
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Deep Listening Pieces (collection of 30 pieces composed between 1971 and 1990) Deep Listening Publications, 1990.
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The Roots of the Movement (book and CD), Drogue Press, 1998.
Oliveros was also the author of five books: “Sounding the Margins: Collected Writings 1992–2009”, “Initiation Dream”, “Software for People”, “The Roots of the Moment” and “Deep Listening: A Composer's Sound Practice”.
More information:
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Deep Listening: A Composer's Sound Practice, by Pauline Oliveros. iUniverse, Inc. (US, March 8, 2005)
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A guide to Pauline Oliveros's music, The Guardian (newspaper) article: https://www.theguardian.com/music/tomserviceblog/2012/may/07/guide-contemporary-music-pauline-oliveros
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The Music of Pauline Oliveros, by Heidi Von Gunden. Scarecrow Pr; First edition (NJ, USA, February 1983)
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Desert plants: Conversations with 23 American musicians, by Walter Zimmermann, Zimmermann; 1st edition (Vancouver, BC, Canada, 1976).
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‘The difference between hearing and listening’ with Pauline Oliveros - TED x Indianapolis. TED Talks at the University of Indianapolis, 2015. https://www.youtube.com/watch?v=_QHfOuRrJB8
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Vlog: Pauline Oliveros / interview to artist & educator Christine Sun Kim at the Whitney Museum of American Art, youtube’s channel, 2014: https://www.youtube.com/watch?v=WvP4MxvFpP0
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The Norton/Grove Dictionary of Women Composers. Julie Anne Sadie & Rhian Samuel (Ed.). New York, London: The Macmillan Press Limited, 1995.
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And don’t call them women composers, artigo de Pauline Oliveros. Disponível em: www.nytimes.com/.../and-dont-call-them-lady-comp...