Compositora do Mês: Kaija Saariaho
17/04/2017 10:21Compositora do mês: Kaija Saariaho
Biografia
Kaija Saariaho, compositora e concertista finlandesa, nasceu em Helsinki em 1952 como a mais velha dentre os três filhos de Launo Laakkonen, industrial, e sua esposa Tuovi. Sua família viveu em Helsinki, onde também está estabelecida a empresa de seu pai. Os interesses artísticos de seus pais se centravam mais em artes visuais do que em música. A coleção de arte de sua família inclui obras de mestres finlandeses assim como também uma grande quantidade de arte moderna de origem internacional.
Kaija Saariaho também esteve interessada em artes visuais em sua infância. Assim como a música, o desenho era uma de suas atividades favoritas. Sua educação musical teve início através de aulas de violino e, aos nove anos de idade, Kaija passou a ter também aulas de piano. Mais à frente suas aulas de violino acabaram sendo substituídas por aulas de violão. Seus estudos musicais prosseguiram através de aulas particulares até 1970, quando passou a estudar violino e piano no East Helsinki Music Institute. Embora considerasse a instrução recebida no instituto alienante, dado que não desfrutava das performances nem tampouco aspirava se tornar uma concertista de carreira, permaneceu até 1972. Não obstante essas impressões, a música era uma experiência central em sua vida desde a infância: à noite, quando estava a adormecer, ouvia melodias que pensava virem de algum lugar sob sua cama ou sob seu travesseiro. Saariaho fez suas primeiras tentativas de composição ainda quando tinha dez anos, mas somente veio a dar início à prática regular de composição sete anos mais tarde.
Kaija Saariaho completou sua educação secundária na Escola Rudolf Steiner de Helsinki, em 1972. Ela então se inscreveu e foi selecionada para o curso superior de design gráfico no Instituto de Artes industriais (hoje Universidade de Arte Industrial de Helsinki). Continuou seus estudos musicais de 1972 a 1976 no Conservatório de Música de Helsinki, onde focou inicialmente no piano e, no último ano, no órgão, como instrumentos principais. Saariaho também estudou Musicologia na Universidade de Helsinki nessa época. Bem cedo, ainda durante seu período como estudante de educação secundária, ela foi casada brevemente com Markku Saariaho. Depois do rompimento do seu casamento com Markku ela passou a viver com o artista plástico Olli Lyytikäinen. Durante seu período juntos, de 1972 a 1979, Lyytikäinen pintou dezenas de retratos de Kaija Saariaho. Ela e Lyytikäinen pertenciam a um coletivo de artistas denominado Elonkorjaajat (‘Os Colhedores’), que teve início nos anos 1970. Sua residência em Pohjoisranta, Helsinki, era o local de muitas reuniões sociais de artistas nessa época.
Poucos anos mais tarde Saariaho interrompeu seus estudos de design gráfico e se inscreveu em estudos de teoria musical e composição na Sibelius Academy. Ela então decidiu se candidatar ao estudo da disciplina de composição musical sob a instrução do pioneiro modernista Paavo Heininen. Heininen a aceitou e permitiu que ela se juntasse ao seu já lotado curso de composição em 1976. Saariaho posteriormente disse que a instrução e o suporte que recebeu de Heininen foram absolutamente indispensáveis para sua formação.
Durante esse período ela fundou o coletivo progressivo ‘Ouvidos Abertos!’ ('Ears Open!’ ou 'Korvat auki!’), em conjunto com Magnus Lindberg, Esa-Pekka Salonen, Eero Hämeenniemi, entre outros colegas estudantes. O objetivo do grupo era promover a música contemporânea através de concertos, apresentações e debates. Sua colaboração com Esa-Pekka Salonen, atualmente um renomado regente, continua até o presente. Graduou-se na Sibelius Academy em 1980 e então foi para Freiburg continuar seus estudos em composição como pupila de Brian Ferneyhough e Klaus Huber. Obteve o diploma em composição na Freiburg Musikhochschule em 1982, participando, naquele mesmo ano, de cursos de música baseada em computador no IRCAM, Institute for Research and Coordination in Acoustics/Music, em Paris. Ela então se mudou para Paris de forma a poder trabalhar nos bem montados estúdios de música eletrônica do IRCAM. Trabalhou brevemente no estúdio de Paris do Groupe de Recherches Musicales (‘GRM’, Grupo de Pesquisas Musicais), onde completou a parte 'gravada' do seu trabalho de 1983 Verblendungen. Em 1984 Saariaho se casou com o compositor Jean-Baptiste Barrière, diretor da divisão educacional do IRCAM nessa ocasião. Desde então eles estabeleceram residência em Paris e tiveram dois filhos: Alexandre e Aliisa.
Composições
Em 1980 Saariaho compareceu a um concerto dos compositores espectralistas Tristan Murail e Gerard Grisey, cujas técnicas são baseadas na análise por computador do espectro do som. Ouvir música espectral pela primeira vez marcou uma mudança profunda na direção artística de Saariaho, e essa experiência guiou sua decisão de participar de cursos em computer music que estavam ocorrendo no IRCAM. Lá, Saariaho desenvolveu técnicas de composição assistida por computador e adquiriu fluência em trabalhar com gravações ('tapes') e com equipamentos eletrônicos ao vivo. Tornou-se uma interessada em combinar a eletrônica com a atuação de músicos de orquestra, dando ênfase na construção de densas massas sonoras em transformações lentas. Significativamente, sua primeira peça orquestral, Verblendungen (1984), envolve uma gradual troca de papéis entre a orquestra e a gravação (tape ou arquivo gravado de som). Mesmo o seu seguinte par de títulos-conectados de trabalhos orquestrais, Du Cristal (1989) e ...à la Fumée (1990) – este último com solos de flauta-alto, cello e ambos com sons eletrônicos ao vivo – sugere sua preocupação com cor e textura.
Essa abordagem analítica a inspirou a desenvolver seu próprio método de criação de estruturas harmônicas, assim como sua notação detalhada usando continuum sonoro harmônico, microtonal e detalhado estendendo-se da pura tonalidade até o som ‘sem’ frequência – todas estas caraterísticas encontradas em um de seus mais executados trabalhos, Graal Théâtre para violino e orquestra ou ensemble (1994/97).
Posteriormente Saariaho se voltou à ópera com excepcional sucesso. L’Amour de loin, com libretto adaptado por Amin Maalouf, recebeu ampla aclamação em sua estréia dirigida por Peter Sellars no Salzburg Festival de 2000. Com esta obra a compositora conquistou o prestigioso Grawemeyer Award. Adriana Mater, sua opera seguinte baseada em libretto original de Maalouf, misturando a 'arenosa' realidade presente com sonhos, se seguiu também dirigida por Sellars na Opéra Bastille em Paris, em março de 2006. Emilie, outra opera e monodrama composta para a cantora Karita Mattila, teve sua premiere em Lyon em março de 2010.
Além das óperas, Saariaho tem composto outros trabalhos vocais, notadamente o deslumbrante Château de l’âme (1996), o Oltra Mar (1999), o ciclo de canções Quatre Instants (2002) e o oratório La Passion de Simone, descrevendo a vida e a morte da filósofa Simone Weil. Esta última obra tomou parte no festival internacional de Sellars denominado ‘New Crowned Hope’ em 2006/07. A versão de câmara do oratório teve estréia através da La Chambre aux Echos no festival Bratislava Melos Ethos em 2013. A experiência de escrever para vozes levou-a a uma clarificação da linguagem, com uma nova veia melódica, orientada de forma modal e acompanhada por padrões de repetição mais regulares. Esta mudança de direção tem sido sustentada para outros trabalhos orquestrais incluindo: Aile du Songe, para flauta e orquestra de câmara (2001), a impactante Orion para grande orchestra (2002), Notes on Light (2006) para cello e orquestra, a obra inspirada em Bergman Laterna Magica (2008), escrita para a regência de Sir Simon Rattle com a Berlin Philharmoniker, D'Om le Vrai Sens (2010), escrita para o clarinetista Kari Kriikku, Maan Varjot (2013) para órgão e orquestra, entre outras.
Saariaho tem sido comissionada para escrever peças para a BBC, Yleisradio na Finlândia, para o Barbican Centre, IRCAM, Lincoln Center, para a Los Angeles Symphony Orchestra, para o Salzburg Festival e para a Ópera Nacional finlandesa. Sua reputação na Finlândia tem crescido seguindo o seu destacado reconhecimento internacional. Os títulos dados inicialmente a ela pela imprensa finlandesa, de 'compositora de computador' e 'compositora mulher’, os quais ela recebeu de forma negativa, foram substituídos por referências a qualidades profundamente finlandesas como pontos de ligação com Sibelius e com a paisagem finlandesa. Saariaho foi contemplada com o título de doutora honorária da University of Helsinki em 2003.
Em 2012, sua obra Circle Map foi comissionada pela Royal Concertgebouw Orchestra, Boston Symphony Orchestra, Gothenburg Symphony Orchestra, Orchestre National de France, Royal Scottish National Orchestra e Stavanger Symphony Orchestra. Esta peça foi inspirada por seis poemas de Rumi. Estes poemas, recitados em persa, são usados como material para a parte eletrônica. Circle Map teve estréia através da Royal Concertgebouw Orchestra, conduzida por Susanna Mälkki, no Westergasfabriek Gashouder em Amsterdam em 22 de junho de 2012.
Saariaho tem recebido premiações de destaque em composição como o Grawemeyer Award, o prêmio Wihuri, o prêmio Nemmers e, em 2011, o prêmio Sonning. Em maio de 2013, recebeu o Polar Music Prize. Em 2015 foi uma das juízas no Toru Takemitsu Composition Award. Sempre entusiasta de programas educacionais robustos, Kaija Saariaho foi mentora musical da 2014-15 Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative.
Em 2015 seu ciclo de canções True Fire teve sua estréia com o cantor Gerald Finley e a Los Angeles Philharmonic, conduzida por Gustavo Dudamel. Sua última ópera – Only the Sound Remains – teve premiere em março de 2016 na The Dutch National Opera. Seu concerto para harpa, Trans, teve estréia mundial em agosto de 2016 com Xavier de Maistre e a The Tokyo Symphony Orchestra, conduzida por Ernest Martinez-Izquierdo no Suntory Hall em Tokyo.
Obras:
• Verblendungen - 1984 (orquestra, sons eletrônicos)
• Lichtbogen - 1986 (flauta, percussão, piano, harpa, cordas, sons eletrônicos ao vivo)
• Io - 1987 (grande orquestra, sons eletrônicos)
• Nymphéa - 1987 (quarteto de cordas, sons eletrônicos)
• Petals - 1988 (cello, sons eletrônicos)
• Du cristal... - 1989 (orquestra, sons eletrônicos ao vivo)
• ...à la Fumée - 1990 (solo flauta-alto e cello, orquestra)
• Graal théâtre - 1994 (violino, orquestra)
• Oltra Mar - 1999 (coro e orquestra)
• L'Amour de loin - 2000 (ópera)
• Orion - 2002 (orquestra)
Para conhecer sua obra:
- “Sept Papillons de Kaija Saariaho - Análise Musical e Aspectos de Performance”, dissertação de Camila Durães Zerbinatti, UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina, web portal: https://www.tede.udesc.br/handle/handle/1561
- Relações de multissensorialidade nos processos criativos e no pensamento composicional de Kaija Saariaho, artigo de Camila Durães Zerbinatti. Disponível em: https://www.academia.edu/9605570/Rela%C3%A7%C3%B5es_de_multissensorialidade_nos_processos_criativos_e_no_pensamento_composicional_de_Kaija_Saariaho
- O Estado da Arte na pesquisa sobre a obra para violoncelo da compositora Kaija Saariaho, Resultados Iniciais. Artigo de Camila Durães Zerbinatti. Disponível em: https://www.academia.edu/7057693/O_Estado_da_Arte_na_pesquisa_sobre_a_obra_para_violoncelo_da_compositora_Kaija_Saariaho_Resultados_Iniciais
- “The Norton/Grove Concise Encyclopedia of Music,” editado por Stanley Sadie. W.W. Norton & Co., New York, 1994.
- “The Norton/Grove Dictionary of Women Composers,” editado por Julie Anne Sadie e Rhian Samuel. W.W. Norton & Co., New York, 1995
- “Women and Music; A History,” editado por Karin Pendle. Indiana University Press, Bloomington, 2001.
- "Kaija Saariaho: Visions, Narratives, Dialogues,” por Liam Cagney. In Music & Letters Magazine, Volume 95, Issue 3 (2014) pgs. 493-495.
- “A Guide to Kaija Saariaho’s Music,” by Tom Service. Publicado no "The Guardian", Julho, 2012.
- "Kaija Saariaho official home page”, web portal: https://saariaho.org
- Kajia Saariaho - Spins and Spells (getanzte Version) - YouTube (video postado por Franz Bannwart
- Kajia Saariaho Private Gardens (CD). Ondine, 1998. Intérpretes: Camila Hoitenga, Florent Jodelet, Ansi Karltunen, Down Upshow.
Composer of the month: Kaija Saariaho
Biography
Kaija Saariaho, Finnish composer and performer, was born in Helsinki in 1952. She is the eldest of three children born to Launo Laakkonen, an industrialist, and his wife Tuovi. The family lived in Helsinki, which is also where the family firm is located. Her parents' artistic interests centered more on the visual arts than on music. Their private art collection includes Finnish masters as well as a great deal of modern art from abroad.
Kaija Saariaho was also interested in the visual arts as a child. Along with music, drawing was one of her favorite activities. Her musical education began with private lessons of violin and at the age of nine she started playing the piano as well. Later on, guitar lessons came to take the place of the violin. Her musical studies continued through private lessons and Saariaho was enrolled at the East Helsinki Music Institute from 1970 to 1972 for violin and piano studies. She found the instruction there alienating because she did not enjoy performing and did not aspire to a career as a concert musician. Nevertheless, music was the central experience of her life since childhood: when she was falling asleep she would hear melodies which she thought were coming from somewhere under her bed or her pillow. Saariaho made her first attempts at composing music at the age of ten, but she did not start to practice composition regularly for another seven years.
Kaija Saariaho completed her secondary education at the Rudolf Steiner School in Helsinki in 1972, in parallel to her musical studies. She then applied successfully to join the graphic design program at the then Institute of Industrial Arts (today's University of Industrial Art Helsinki). She continued her music studies from 1972 to 1976 at the Helsinki Conservatory of Music, where she focused first on the piano and then switching to organ as her main instrument in her last year. Saariaho was also studying musicology at the University of Helsinki at this time. Early on, during her time as a student, she was married briefly to Markku Saariaho. After their marriage broke down, she moved in with Olli Lyytikäinen, an artist. During their seven years together from 1972 to 1979, Lyytikäinen painted dozens of portraits of Kaija Saariaho. Saariaho and Lyytikäinen belonged to Elonkorjaajat ('The Harvesters'), an artists' collective that was started in the 1970s. Their home on Pohjoisranta in Helsinki was the site of many artists' social gatherings.
After a few years Saariaho dropped her graphic design studies and applied to study music theory and composition at the Sibelius Academy. She then decided to apply to study composition under the pioneering modernist Paavo Heininen. Heininen agreed to let her join his already-full composition course in 1976. Saariaho has said that the instruction and support she received from Heininen were absolutely indispensable to her.
During this period she founded the progressive collective ‘Ears Open’ ('Korvat auki!’) together with Magnus Lindberg, Esa-Pekka Salonen, Eero Hämeenniemi and other fellow students. The group’s aim was to promote contemporary music through concerts, presentations and discussions. Her collaboration with Esa-Pekka Salonen, now a renowned conductor, continues to this day. She graduated from the Sibelius Academy in 1980 and then went to Freiburg to continue her studies in composition as a pupil of Brian Ferneyhough and Klaus Huber. She achieved her diploma in composition at the Freiburg Musikhochschule in 1982. That year she also took part in computer-based music courses at IRCAM, the Institute for Research and Coordination in Acoustics/Music, in Paris. She relocated to Paris in order to work in IRCAM's well-appointed electronic music studios. She also worked briefly in the Paris studio of the Groupe de Recherches Musicales (GRM), where she completed the recorded component of her 1983 work Verblendungen. In 1984 Saariaho married the composer Jean-Baptiste Barrière, who was working as the director of the educational division at IRCAM at the time. They have lived in Paris ever since and are the parents of two children: Alexandre and Aliisa.
Compositions
In 1980 Saariaho attended a concert by French spectralists Tristan Murail and Gerard Grisey, whose techniques are based on computer analysis of the sound-spectrum. Hearing spectral music for the first time marked a profound shift in Saariaho's artistic direction, and this experience guided her decision to attend the courses in computer music that were being given by IRCAM. There Saariaho developed techniques of computer-assisted composition and acquired fluency in working on tape and with live electronics. She became interested in combining electronics and musicians. This experience influenced her approach to writing for orchestra, with its emphasis on the shaping of dense masses of sound in slow transformations. Significantly, her first orchestral piece, Verblendungen (1984), involves a gradual exchange of roles and character between orchestra and tape (sound recording file). And even the titles of her next, linked, pair of orchestral works, Du Cristal (1989) and ...à la Fumée (1990) – the latter with solo alto flute and cello, and both with live electronics – suggest their preoccupation with color and texture.
This analytical approach inspired her to develop her own method for creating harmonic structures, as well as the detailed notation using harmonic, microtonally and detailed continuum of sound extending from pure tone to non-pitched noise – all features found in one of her most frequently performed works, Graal Théâtre for violin and orchestra or ensemble (1994/97).
Later Saariaho has turned to opera with outstanding success. L’Amour de loin, with libretto adapted by Amin Maalouf, received widespread acclaim in its premiere production directed by Peter Sellars at the 2000 Salzburg Festival, and won the composer a prestigious Grawemeyer Award. Adriana Mater, on an original libretto by Maalouf, mixing gritty present-day reality and dreams, followed, again directed by Sellars, at the Opéra Bastille in Paris in March 2006. Emilie, an opera and monodrama for Karita Mattila had its premiere in Lyon in March 2010.
Around the operas there have been other vocal works, notably the ravishing Château de l’âme (1996), Oltra Mar (1999), the song-cycle Quatre Instants (2002) and the oratorio La Passion de Simone, portraying the life and death of the philosopher Simone Weil. The latter took part in Sellars’s international festival ‘New Crowned Hope’ in 2006/07. The chamber version of the oratorio was premiered by La Chambre aux Echos at the Bratislava Melos Ethos Festival in 2013.
The experience of writing for voices has led to some clarification of Saariaho’s language, with a new vein of modally oriented melody accompanied by more regular repeating patterns. This change of direction has been carried over into orchestral works including: Aile du Songe, for flute and chamber orchestra (2001), the stunning Orion for large orchestra (2002), Notes on Light (2006) for cello and orchestra, Bergman inspired Laterna Magica (2008), which was written for Sir Simon Rattle and the Berlin Philharmoniker, D'Om le Vrai Sens (2010), written for clarinetist Kari Kriikku, Maan Varjot (2013) for organ and orchestra, among others.
Saariaho has been commissioned to write pieces for the BBC, Yleisradio in Finland, the Barbican Centre, IRCAM, Lincoln Center, the Los Angeles Symphony Orchestra, the Salzburg Festival and the Finnish National Opera. Her reputation in Finland has risen following the recognition she has received from abroad. The labels given to her in the Finnish press of 'computer composer' and 'female composer', which she perceived negatively, have been replaced by references to qualities thought of as thoroughly Finnish, such as links to Sibelius and the Finnish landscape. Saariaho was awarded an honorary doctorate by the University of Helsinki in 2003.
In 2012, Circle Map was commissioned by the Royal Concertgebouw Orchestra, the Boston Symphony Orchestra, Gothenburg Symphony Orchestra, Orchestre National de France, Royal Scottish National Orchestra and Stavanger Symphony Orchestra. The piece has been inspired by six poems of Rumi. These poems recited in Persian are used as the material for the electronic part. Circle Map was premiered by Amsterdam's Royal Concertgebouw Orchestra conducted by Susanna Mälkki at the Westergasfabriek Gashouder, Amsterdam on June 22 2012.
Saariaho has claimed major composing awards such as the Grawemeyer Award, the Wihuri Prize, the Nemmers Prize and in 2011 she was awarded the Sonning Prize. In May 2013, Saariaho was awarded the Polar Music Prize. In 2015 she was the judge of the Toru Takemitsu Composition Award. Always keen on strong educational programs, Kaija Saariaho was the music mentor of the 2014-15 Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative.
In 2015 her song cycle True Fire was premiered by Gerald Finley and Los Angeles Philharmonic, conducted by Gustavo Dudamel. Her last opera – Only the Sound Remains – was premiered in March 2016 at The Dutch National Opera. Kaija Saariaho’s harp concerto Trans had its world premiere in August 2016 by Xavier de Maistre and The Tokyo Symphony Orchestra, conducted by Ernest Martinez-Izquierdo at the Suntory Hall, Tokyo.
Works
• Verblendungen - 1984 (orchestra, electronics)
• Lichtbogen - 1986 (flute, percussion, piano, harp, strings, live electronics)
• Io - 1987 (large ensemble, electronics)
• Nymphéa - 1987 (string quartet, electronics)
• Petals - 1988 (cello, electronics)
• Du cristal... - 1989 (orchestra, live electronics)
• ...à la Fumée - 1990 (solo alto flute and cello, orchestra)
• Graal théâtre - 1994 (violin, orchestra)
• Oltra Mar - 1999 (chorus and orchestra)
• L'Amour de loin - 2000 (opera)
• Orion - 2002 (orchestra)
• Adriana Mater - 2005 (opera)
• Asteroid 4179: Toutatis - 2005 (orchestra)
• La Passion de Simone - 2006 (oratorio/opera)
• Adriana Mater - 2006 (opera)
• Notes on Light - 2006 (cello concerto)
• Terra Memoria - 2007 (string quartet)
• Lanterna Magica - 2008 (orchestra)
• Émilie - 2010 (opera)
• D'Om le Vrai Sens - 2010 (clarinet concerto)
• Circle Map - 2012 (orchestra)
• Maan varjot (“Earth’s Shadows") - 2013 (organ and orchestra)
• True Fire - 2014 (baritone and orchestra)
• Only The Sound Remains (Always Strong and Feather Mantle) - 2016 (opera)
More information:
- “Sept Papillons de Kaija Saariaho - Análise Musical e Aspectos de Performance”, dissertação de Camila Durães Zerbinatti, UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina, web portal: https://www.tede.udesc.br/handle/handle/1561
- Relações de multissensorialidade nos processos criativos e no pensamento composicional de Kaija Saariaho, artigo de Camila Durães Zerbinatti. Disponível em: https://www.academia.edu/9605570/Rela%C3%A7%C3%B5es_de_multissensorialidade_nos_processos_criativos_e_no_pensamento_composicional_de_Kaija_Saariaho
- O Estado da Arte na pesquisa sobre a obra para violoncelo da compositora Kaija Saariaho, Resultados Iniciais. Artigo de Camila Durães Zerbinatti. Disponível em: https://www.academia.edu/7057693/O_Estado_da_Arte_na_pesquisa_sobre_a_obra_para_violoncelo_da_compositora_Kaija_Saariaho_Resultados_Iniciais
- “The Norton/Grove Concise Encyclopedia of Music,” edited by Stanley Sadie. W.W. Norton & Co., New York, 1994.
- “The Norton/Grove Dictionary of Women Composers,” edited by Julie Anne Sadie and Rhian Samuel. W.W. Norton & Co., New York, 1995
- “Women and Music; A History,” edited by Karin Pendle. Indiana University Press, Bloomington, 2001.
- "Kaija Saariaho: Visions, Narratives, Dialogues,” by Liam Cagney. In Music & Letters Magazine, Volume 95, Issue 3 (2014) pages 493-495.
- “A Guide to Kaija Saariaho’s Music,” by Tom Service. Published in the Guardian, July 2012.
- "Kaija Saaria official home page”, at https://saariaho.org
- Kajia Saariaho - Spins and Spells (getanzte Version) - YouTube (video postado por Franz Bannwart
- Kajia Saariaho Private Gardens (CD). Ondine, 1998. Intérpretes: Camila Hoitenga, Florent Jodelet, Ansi Karltunen, Down Upshow.